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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

MAIORIDADE PENAL, SOLUÇÃO SUPERFICIAL


Muitos veem na redução da maior idade penal uma alternativa de se reduzir os níveis de criminalidade no meio juvenil, essa opinião predominante, é alimentada diariamente pela maioria da mídia, e fundamentada por um viés meramente legalista. A discussão a cerca da redução da maior idade penal deve ser abordada fundamentalmente sob o prisma histórico e sociológico no que tange as responsabilidades legais do estado brasileiro perante a esta parcela significativa da população.

Hoje grande parcela da sociedade busca alternativas imediatistas, colocando o Direito Penal como a formula mágica de diminuir a criminalidade no Brasil, pouco se fala do número de jovens que estão fora das escolas, dos jovens que ainda não ingressaram no mercado de trabalho e que não tem as mínimas condições para alcançar a autonomia e independência tão sonhada por estes.

Esses jovens, colocados no submundo social, têm sonhos e nunca tiveram a oportunidade de se dedicar em busca dos mesmos. Adolescentes que cresceram nas ruas, sem uma estrutura familiar e sentem-se excluídos da realidade da maioria da juventude brasileiras, a tese da redução da maioridade penal tenta culpa esses jovens, velando o crime cometido pelo Estado, que ainda apresenta políticas imediatistas que visam maquiar a realidade do sistema que exclui e marginaliza uma grande parcela da juventude. 

Diferente do que tem sido pautado na grande mídia, é necessário que o Brasil se debruce na elaboração de políticas que visem prevenir, para que as nossas crianças não sejam mais um número na criminalidade jovem do futuro. Fortalecer as políticas já asseguradas pelo ECA e garantir que sejam executada em plenitude, não somente seus instrumentos rígidos, suas medidas punitivas, mas também seu caráter de resocialização, aponta como um inicio na construção de uma nova perspectiva na solução do problema.

Não podemos deixar sobre a responsabilidade do Direito Penal uma problemática que deve se enfrentadas com políticas de estado. Ampliar a inclusão de jovens nas escolas, superar o desafio da moradia, do emprego digno, focando na superação das mazelas sócias que afetam a essa importante parcela da sociedade, com políticas de inclusão séria, eficientes, com certeza iram nos render mais resultados que medidas paliativas que visam apenas inchar ainda mais o falido sistema carcerário brasileiro.

Weverton Matias
Acadêmico de Direito, e Militante do Movimento Estudantil.

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