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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A Juventude e seu novo panorama

Dentro de uma perspectiva macro na Amazônia, a juventude acriana foi a que passou por transformações mais evidentes, seja ela do ponto de vista organizacional, seja da forma de interação com as demais parcelas da sociedade. Nos últimos doze anos a realidade do estado sofreu uma drástica reviravolta, saímos de um marasmo evolutivo e obscuro, e passamos a viver uma realidade em que se é possível sonhar.


Fomos nós, a juventude, que tivemos o papel fundamental em todo esse processo, com a oportunidade de nos fazermos protagonistas desse promissor horizonte, organizamo-nos em conselhos (que em sua grande maioria foram criados após o advento da esquerda ao poder), nas igrejas, associações de bairro, partidos políticos, agremiações estudantis, entre outros. Porém, ao contrário das gerações passadas, nossas bandeiras são outras, não só pela consolidação das conquistas de outrora, mas principalmente, somos os responsáveis pelo planejamento das ações de governo que queremos.

De fundamental importância para que façamos uma análise da conjuntura atual, precisamos salientar o valor que tem a delegação de demanda aos jovens pelas gerações passadas, e o anseio por elas de nossa parte, criando uma via de mão dupla, entrelaçando de forma consistente essa transição de panoramas.

Com o governador Jorge Viana, nos apoderamos das ferramentas necessárias para revolucionar a sociedade a partir da base, como bem prega a esquerda desde sua essência até contemporaneidade. Um dos primeiros passos dados foi com criação da Secretaria Extraordinária de Juventude junto com o Conselho Estadual ainda no primeiro mandato do ex-governador, na Prefeitura do Professor Raimundo Angelim criamos a Coordenadoria Municipal de Juventude e o Conselho Municipal, e fomos protagonistas no Brasil inteiro, como o primeiro município com lei sancionada que cria o Plano Municipal de Juventude, experiência esta que estamos levando não só para o Brasil, onde seremos destaque na Conferência Nacional de Juventude, como somos referência para algumas partes do mundo.

No cenário nacional estamos vivendo um momento ímpar na história do país que é a aprovação do Estatuto da Juventude. Esse é um marco transformador da realidade do jovem, que o inclui nas diretrizes de Políticas Públicas e regulamentação de direitos, e irá beneficiar a quase 50 milhões de brasileiros. O documento institucionaliza direitos como a meia-entrada em eventos culturais e esportivos; universalização do Ensino Médio gratuito, incluído o turno da noite; 50% de desconto no transporte público, inclusive para viagens interestaduais; criação de linha de crédito para jovens empreendedores; entre outras medidas ligadas a educação, saúde, meio ambiente e etc; mas o principal ponto da lei é a criação do Sistema Nacional de Juventude (Sinajuve), acordo entre União, Estados e Municípios para que de fato sejam implementadas essas políticas de juventude.

Nós, jovens, não precisamos de políticas públicas assistencialistas, com soluções localizadas, mas que sejam sim, globais, articuladas em todos os setores de governo, trazendo serviços de qualidade e integrando a juventude como parte essencial para construção de um novo Brasil.

Todos esses avanços nas diferentes esferas de governo somente são possíveis por termos um governo que estendeu suas mãos, não para tutelar, mas para emancipar e, com isso, termos condições de conquistar o espaço na sociedade em que somos vistos não mais como o futuro, mas precursores do desenvolvimento pleno, com sustentabilidade, melhor distribuição de renda, igualdade de oportunidades, pluralidade e autossuficiência.

Sabemos que políticas públicas de/com/para a juventude podem não trazer grandes resultados imediatos, mas, a longo prazo, todo investimento refletirá nas mais diferentes faixas-etárias criando um fortalecimento da sociedade civil. Não podemos retroceder, voltar ao tempo em que tínhamos vergonha do lugar onde vivíamos, em que não podíamos nos expressar, em que não se tinha escola pública de qualidade, ruas pavimentadas, iluminação e outros serviços urbanos básicos, em que vivíamos o medo.
Abramos bem os olhos. Na política, ser novo não é ser o diferente, ser novo é ter a capacidade de transmutar-se conforme as necessidades de inovação.


Roraima Rocha é militante do Partido dos Trabalhadores e faz parte da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB).
Juventude do Partido dos Trabalhadores - JPT