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sábado, 22 de setembro de 2012

DIA MUNDIAL SEM CARRO


Os malefícios causados pelo uso de automóveis são inúmeros e evidentes: poluição atmosférica e sonora, doenças respiratórias, sedentarismo, irritabilidade, perda de tempo em congestionamentos, acidentes e comprometimento de grande parte da renda das pessoas.Além disso, as viagens de carro degradam a relação dos indivíduos com o espaço público, transformando a rua em um indesejável obstáculo a ser superado no deslocamento de um ponto a outro. Elas também significam um uso desproporcional das ruas, já que a imensa maioria dos carros leva apenas uma pessoa - o que é ainda mais grave em áreas densamente povoadas.

Por esse e outros problemas que iniciou-se no planeta o Dia Mundial Sem Carro um movimento que começou em algumas cidades da Europa nos últimos anos do século 20, e desde então vem se espalhando pelo mundo, ganhando a cada edição mais adesões nos cinco continentes. Trata-se de um manifesto/reflexão sobre os gigantescos problemas causados pelo uso intenso de automóveis como forma de deslocamento, sobretudo nos grandes centros urbanos, e um convite ao uso de meios de transporte sustentáveis - entre os quais se destaca a bicicleta. 

A bicicleta é um excelente meio de transporte, sobretudo para pequenas distâncias. Leva seu condutor de porta a porta, permite a prática de uma atividade física simultânea ao deslocamento, tem custo baixíssimo e é minimamente afetada por engarrafamentos. Mesmo numa cidade de relevo acidentado, a atual tecnologia de marchas permite a circulação por ruas inclinadas com relativa facilidade. Muitas pessoas têm percebido isso, e o número de ciclistas na cidade tem aumentado visivelmente.
 
Porém, a nossa infra-estrutura para o uso da bicicleta como meio de transporte é precária. Há pouquíssimos bicicletários e paraciclos, poucas empresas dispõem de vestiários para incentivar seus funcionários a ir de bicicleta para o trabalho, as ciclovias são quase inexistentes e as que existem são pouco estratégicas.

Retirado do Site http://mountainbikebh.com.br 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

CARTA AOS JOVENS DE 16 ANOS...



Quando tinha 16 anos eu era proibido de votar. Não havia internet, e-mail, Facebook, Google, nem computador. E não havia Liberdade. Nem Democracia. Era uma Ditadura Militar.
Muitos filmes do cinema estavam proibidos e os que passavam tinham várias cenas cortadas. Às vezes eu saía sem entender o enredo.
As músicas também eram censuradas. Conhece aquela: “Vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer”? Pois então, as rádios não podiam tocar. E não tinha FM.
As TVs coloridas eram poucas, a maioria em preto & branco e sem transmissão ao vivo, salvo alguns jogos de futebol e só tinha a TV Acre. O Jornal Nacional, por exemplo, passava com um dia de atraso.
CD, MP3, DVD? Era ficção científica. Para ter aquela música preferida, muitas vezes mandávamos buscar o disco de São Paulo, através de um conhecido, com cinco, seis dias de espera pelos correios. E para ouvi-las e dançá-las organizávamos festinhas nas casas dos amigos, porque nem todos tinham acesso.
Não havia estrada até Cruzeiro do Sul. E a que ia para Porto Velho só funcionava no verão e durava um dia inteiro para chegar. No inverno, quando ela fechava, as filas eram quilométricas para comprar gasolina e bujão de gás.
Em Rio Branco, praticamente só havia uma escola de ensino médio, o CESEME, que hoje é o Cerb e os Grêmios estavam proibidos. A UFAC possuía pouco mais de cinco cursos.
Quando eu tinha 16 anos, não havia livros nas escolas e as poucas bibliotecas eram muito ruins e a Xerox, caríssima.
Não havia quase quadras de esporte. As competições e até os shows de música eram todas feitas no Ginásio Coberto, o único lugar que cabia.
Teatros? Usina de Artes? Bibliotecas como a Pública e a da Floresta? Nada disso.
Só duas pontes ligavam nossa cidade: a metálica e a de concreto. A Gameleira era um barranco sujo e o Mercado Velho uma coisa ruim de se ver, porque era uma confusão. O canal da Maternidade era um matagal perigoso. Existiam poucas linhas de ônibus, eles não podiam entrar nos bairros por causa das ruas esburacadas. A energia elétrica às vezes faltava dia sim e dia também. 

Se alguém adoecia, nem precisava ser tão grave, era obrigado a viajar de avião para outro lugar. Qualquer cirurgia mais séria só em São Paulo ou Brasília. E tinha que comprar a passagem.
Na nossa cidade só havia mesmo uma praça, a do centro. E muita poeira, porque a imensa maioria das ruas não tinha asfalto ou tijolos.
Já falei que quando eu tinha 16 anos era proibido de votar. Diziam: “Imagina! Um garoto votando?”. Só dois partidos políticos eram permitidos. Era votar nesse ou naquele. A propaganda eleitoral na TV resumia-se a mostrar uma foto 3 por 4, o nome e o número. Músicas, propostas? Nem pensar.
Mesmo assim, eu adorava a minha cidade, o Acre e o meu país...
Tanto, que mesmo bem jovem e quase sem entender muita coisa, compreendi que a Política poderia mudar a história para melhor. Aí, eu fiz parte do movimento estudantil, participei de festivais de música, escrevi poesias, consegui passar no vestibular e me tornei professor (eu amo ser professor). Atuei nos sindicatos, me filiei num partido (PC do B e depois no PT) e me elegi vereador. Cheguei a ser candidato a prefeito de Rio Branco para depois ter a maior votação da história para deputado federal no ano de 1998.
Mas agora é você que tem 16 anos e vai votar pela primeira vez. Percebeu como houve muita mudança e para melhor? Eu quero te falar uma coisa e tenho muito orgulho em dizer isso: para que você hoje vote com liberdade, com tantas novidades, com a nossa cidade mais bonita, saiba que eu e milhares de outros garotos e garotas doamos a juventude inteira fazendo as mudanças políticas que eram necessárias para chegar onde estamos.
E eu me emociono por acreditar que você pode continuar essa luta!



Marcos Afonso.