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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Uma nova geração para o PT governar os municípios

Nas eleições municipais de 2012, o PT precisa incluir a importância dos jovens, como o ex-presidente Lula já havia pedido no final de 2010 em reunião com a Executiva Nacional, nas agendas e resoluções do partido.
Precisamos demarcar que a quantidade inédita de jovens na população do Brasil, a maior da história, deve ser central para as políticas do governo Dilma, e inclusive já conseguimos emplacar uma jovem petista à frente da Secretaria Nacional de Juventude, companheira Severine Macedo, mas já é hora do PT pensar também que é no município que os 52 milhões de jovens brasileiros que podem potencializar nosso crescimento econômico com distribuição de renda desenvolvem a sua trajetória pessoal. E serão neles que a nossa população começará a envelhecer, ter mais gente sustentada pelo estado do que produzindo, previsto para 2020/2030.
Por isso, é urgente formular políticas específicas para as cidades e territórios, para além dos convênios com ações, projetos e programas de âmbito federal.
É nos municípios, os jovens demandam equipamentos públicos para o esporte, cultura e lazer, para terem um tempo livre saudável e propício às experimentações características dessa fase da vida, sem a qual não podem planejar sua vida.
É nos municípios que os jovens, destacadamente os das favelas, baixadas e periferias, encontram graves entraves à sua mobilidade para o estudo, trabalho e lazer.
É nos municípios, com suas especificidades que acontece o extermínio da juventude negra e pobre e a violenta homofobia que estampa o grande noticiário. É no município que as jovens mulheres engravidam, outros se drogam e caem no crime e a depender do porte, moral e economia da cidade conseguem ou não retornar a uma vida social digna.
O Mapa da Violência, que abarca principalmente jovens, que são os maiores cometedores e vítimas de violência e mortes por causas externas, se alguém se dedicar e ler com delicadeza, para além de percentuais, é dividido exatamente por...Municípios.
Os grandes investimentos públicos e privados prioritários que a atual geração demanda não se materializam nos rendimentos das bolsas de valores, mas em obras e serviços construídos em cidades.
Para ficar só nesses exemplos.
2012 é um ano eleitoral que favorece candidatos mais de base, lideranças de movimentos sociais, comunitários. Portanto, é uma oportunidade para promover o processo de renovação dos quadros e lideranças do PT, promover as novas gerações que dirigirão o partido. Nossas grandes e valorosas lideranças já tem 60 anos, são os fundadores do PT, tem uma renovação importante que precisa ser valorizada e preparar já os que estão vindo, os jovens de hoje do PT, que tem mostrado capacidade de assumir o partido e que tem pensado os grandes temas do Brasil.
Temos hoje um percentual grande votos para deputado, temos a presidência da república e temos estados e grandes cidades, então o maior desafio agora é se enraizar nos municípios. Com os votos que o PT tem e a nova base social surgida pelo crescimento econômico, Bolsa-Família e aumento do salário mínimo, não dá mais para não sermos os mais expressivos em número de prefeituras.
Para dar conta disso, é fundamental que o PT invista em candidatos jovens às câmaras municipais e prefeituras em 2012, pois só o investimento em novas lideranças conseguirá gerar a capacidade do partido em governar milhares de pequenas e médias cidades Brasil a fora, ampliando o leque de dirigentes, parlamentares e gestores municipais.
Em todo ano eleitoral municipal uma grande quantidade de jovens se apresenta para se lançar à vereança ou às prefeituras e na maioria das vezes não obtêm apoio ou sequer são levados a sério, desperdiçando centenas de lideranças.
Por todas as questões relacionadas, acredito que não tem mais como a juventude passar por invisível nos debates, reuniões e encontros que o PT organizará com os diretórios municipais e zonais, além de prefeitos e vereadores para planejar sua participação nas eleições de 2012.


Valdemir Pascoal Secretário Nacional de Juventude do PT

terça-feira, 26 de julho de 2011

O Que Aprendimos e o Ensinamos - 1959

Hoje dia 26 de julho onde lembramos o 58º aniversário dos assaltos aos quartéis Moncada, publicamos aqui uma carta escrita por "Che" no ano de 1959, para que possamos ler e refletir, acerca do processo de contrução de uma sociedade, verdadeiramente socialista!

No mês de Dezembro, mês do Segundo Aniversário do desembarco do "Granma", convém dar umha olhadela retrospectiva aos anos de luita armada e mais à longa luita revolucionária cujo fermento inicial dá-o o 10 de Março, com a congregaçom batistiana, e o seu campanazo primeiro o 26 de Julho de 1953, com a trágica batalha do Moncada. 
Longo foi o caminho e cheio de penúrias e contradiçons. É que no curso de todo processo revolucionário, quando este é dirigido honestamente e nom freado desde postos de responsabilidade, há umha série de interacçons recíprocas entre os dirigentes e a massa revolucionária. O Movimento 26 de Julho, sofreu também a acçom desta lei histórica. Do grupo de jovens entusiastas que asaltárom o Quartel Moncada na madrugada do 26 de Julho de 1953, aos actuais directores do movimento, sendo muitos deles os mesmos, há um abismo. Os cinco anos de luita frontal, dos quais som de umha franca guerra, moldeárom o espíritu revolucionário de tod@s nós nos choques quotidianos com a realidade e com a sabedoria instintiva do povo. Com efeito, o nosso contacto com as massas camponesas ensinou-nos a grande injustiça que entrava o actual regime de propriedade agrária, convencérom-nos da justiça de um cámbio fundamental desse regime de propriedade; ilustrárom-nos na prática diária sobre a capacidade de abnegaçom do campesinato cubano, sobre a sua nobreza e lealdade sem limites. Mas nós ensinamos também; ensinamos a perder o medo à repressom inimiga, ensinamos a superioridade das armas populares sobre o batalhom mercenário, ensinamos, em fim, a nunca suficientemente repetida máxima popular: "a uniom fai a força".
E o camponês e a camponesa alertada da sua força impujo ao Movimento, a sua vanguarda combativa, a proposta de reivindicaçons que se fôrom fazendo mais conscientemente audaces até se plasmarem na Lei nº 3 de Reforma Agrária da Sierra Maestra recentemente emitida.
Na Lei é hoje o nosso orgulho, o nosso pendom de combate, a nossa razom de ser como organizaçom revolucionária. Mas nom sempre fôrom assim as nossas exposiçons sociais; cercados no nosso reduto da serra, sem conexons vitais com a massa do povo, algumha vez crimos que podíamos impor a razom das nossas armas com mais força de convicçom que a razom das nossas ideias. Por isso tivemos o nosso 9 de Abril, data de triste recordaçom que representa no social o que a Alegria de Pio, a nossa única derrota no campo bíblico, significa no desenvolvimento da luita armada. Da Alegria de Pio tiramos a ensinanza revolucionária necessária para nom perder umha só batalha mais; do 9 de Abril temos aprendido também que a estratégia da luita de massas responde às leis definidas que nom se podem burlar nem torcer. A liçom está claramente aprendida. Ao trabalho das massas camponesas, às que temos unido sem distinçom de bandeiras na luita pola posse da terra, acrescentamos hoje a exposiçom de reivindicaçons operárias que unem a massa proletária sob umha só bandeira de luita, o Frente Obreiro Nacional Unificado (F.O.N.U.), com umha só meta táctica cercana: a greve geral revolucionária.
Nom significa isto o uso de tácticas demagógicas como expressom de destreza política; nom investigamos o sentimento das massas como umha simples curiosidade científica, respondemos ao seu chamamento, porque nós, vanguarda combativa dos operários e camponeses e camponesas que vertem o seu sangue nas serras e chairas de Cuba, nom somos elementos isolados da massa popular, somos parte mesma do povo. A nossa funçom directiva nom nos isola, obriga-nos. Mas a nossa condiçom de Movimento de todas as classes de Cuba, fai-nos luitar também polos profissionais e comerciantes em pequeno que aspiram a viver nun marco de leis decorosas; polo industrial cubano, cujo esforço engrandece a Naçom criando fontes de trabalho, por todo home de bem que quer ver Cuba sem o seu luto diário destas jornadas de dor. Hoje, mais que nunca, o Movimento 26 de Julho, ligado aos mais altos interesses da naçom cubana, da sua batalha, sem desplantes mas sem claudicaçons, pol@s operári@s e camponeses e camponesas, pol@s profissionais e pequen@s comerciantes, pol@s industriais nacionais, pola democracia e a liberdade, polo direito de sermos filh@s livres de um povo livre, porque o pam de cada dia seja a dose exacta do nosso esforço quotidiano.
Neste segundo aniversário, mudamos a formulaçom do nosso juramento. Já nom seremos "livres ou mártires": seremos livres, livres pola acçom de todo o povo de Cuba que está rompendo cadeia trás cadeia com o sangue e o sofrimento dos seus melhores filhos. 

Ernesto 'Che' Guevara 1959

¡Gloria eterna a los mártires del 26 de Julio!
¡Viva la Revolución!
¡Viva el Socialismo!