Páginas

quarta-feira, 27 de março de 2013

Convocatória Juventude Solidaria



A Juventude do Partido dos Trabalhadores do estado do Acre (JPT/AC), ciente do seu compromisso com a população, nesse momento de dificuldade pela qual passa parcela da população do município de Rio Branco atingidos pela cheia do Rio Acre e afluentes, se solidariza com essas famílias e convoca todos os seus militantes e simpatizantes a se apresentarem como voluntários para auxiliarem, governo e prefeitura, na retirada das famílias das áreas alagadiças e acomodação nos abrigos durante esse período, nossa frente de trabalho terá inicio amanhã dia 28/03/13 às 08h em baixo da 4° ponte no bairro Cadeia Velha, desde já agradecemos a essa juventude aguerrida que nunca foge a luta, e que sempre se prontificou para a construção de um mundo melhor.

Atenciosamente

Cesário Campelo Braga
Secretario estadual de Juventude do PT     

quinta-feira, 21 de março de 2013

INTOLERÁVEL


 Paulo César Carbonari*


A tolerância foi ensinada pelos modernos como medida liberal para lidar com as diversidades e promover a convivência entre diferentes. É recomendável em sociedades plurais. Mas, não pode ser exigida quando diante de situações de violação ou de posições que fazem a defesa de posturas anti-humanas. Por isso, nunca se pode exigir tolerância ao intolerável. Trata-se de não tolerar o intolerável por ser agressivo à dignidade humana.
Posturas homofóbicas e racistas não são posições toleráveis. Exatamente por advogarem a intolerância, atentam contra a dignidade humana.
Dirão: mas, em sociedades democráticas cada um pode pensar e defender o que quer, vivemos a liberdade de expressão! Até acrescentarão, não sem uma dose de cinismo, que exatamente em nome do pluralismo todo tipo de posição deve ser aceita. Atenção: não são pluralistas posições que desrespeitam o pluralismo e não são democráticas posições que atentam contra a dignidade humana.
Infelizmente os direitos humanos têm sido usados contra os direitos humanos. Há os que fazem dos direitos humanos moeda de barganha da governabilidade. Também não é estranho que o agressor se apresente à sociedade como vítima, em clara tentativa de inverter o jogo.
O atual presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, pelas denúncias feitas por organizações de direitos humanos, é conhecido por suas declarações em nada favoráveis às minorias e aos direitos humanos. Como entender? A democracia que temos e a governabilidade que se pretende podem ser bons caminhos de resposta.
Mais a fundo, sua postura repõe na agenda uma velha posição, aquela que já se lê na Política de Aristóteles ou no Segundo Tratado de John Locke e que serviu de base para a justificativa da escravidão na antiguidade e na modernidade, respectivamente. Trata-se da ideia de que todos somos humanos, mas nem todos são tão humanos quanto os outros. Ou seja, há humanos e “humanos” e que, em razão disso, é legítimo que uns assim sejam reconhecidos e tenham garantia plena de direitos e outros, mesmo humanos, não o sejam plenamente e, por isso, não estejam entre os que têm direitos a serem protegidos. É a posição que hoje se põe na defesa da ideia de que é a favor dos direitos humanos, mas “somente para humanos direitos”.
Joaquin Herrera Flores, grande teórico dos direitos humanos, seguindo Bourdieu, dizia que os direitos humanos exigem pôr em prática disposições críticas contra posições desiguais e favoráveis a posições emancipatórias. Trata-se de fazer a escolha a favor de práticas críticas, subversivas e transformadoras, contra as práticas conservadoras que usam os direitos humanos exatamente para impedir a promoção dos direitos humanos.
Por isso, nos somamos à luta de todos e todas que, nas ruas e nas redes sociais, têm se manifestado contra uma situação que em nada colabora para a afirmação dos direitos humanos. A sociedade mostra que está disposta a defender posições que afirmam os direitos humanos como bem universal que, por isso mesmo, exige a promoção da diversidade.

*Professor de filosofia (IFIBE) e ativista de direitos humanos (CDHPF/MNDH).

quarta-feira, 20 de março de 2013

Recuperar a dignidade da política

“O sentido da política é a liberdade” (Hanna Arendt)



Já faz tempo que a sociedade vem emitindo sinais de desencanto com a política. A credibilidade dos partidos e dos parlamentares - em qualquer nível - é muito pequena. Nas pesquisas anuais de levantamento da confiança das instituições, ocupam os últimos lugares na confiança das pessoas justamente as organizações ligadas ao tema da política- e piorando a cada ano. É visível o desinteresse com o jogo partidário, a militância e a participação em discussões políticas. 

A consequência pode ser sentida na má vontade geral com os políticos e a evidente apatia com os processos eleitorais. Mas, seguramente, a consequência de repercussão mais danosa para o sistema político é a proliferação de esquemas de compra de votos em eleições para cargos proporcionais, com trágico efeito sobre a qualidade da representação e do debate político. 

No ambiente da política prática, é voz corrente que qualquer candidato, de esquerda ou de direita, da situação ou da oposição, para ser vitorioso precisa reservar recursos financeiros consideráveis para o “esquema das listas do trabalho no Dia” - eufemismo utilizado para a pura e simples compra de votos. Os idealistas que teimam acreditar na política eleitoral como conquista de confiança e que votos devem ser obtidos por meio de bons argumentos e trabalho sério são tidos como tolos - uns ingênuos que serão engolidos pelo sistema nas primeiras horas. 

Num cenário desses prolifera-se o cinismo e a desfaçatez. A política, arte do relacionamento social, do saudável confronto de ideias e partilha do poder, torna-se mero jogo comercial de compra e venda num emergente mercado do voto que desconhece princípios como dignidade e confiança.

Diante disso o cidadão de bem precisa responder a questões chaves para o futuro da política: a democracia pode prescindir dos partidos e dos políticos? A sociedade deve abrir mão do parlamento e de eleições livres? 
No momento em que as pessoas, mais uma vez, têm a oportunidade e a responsabilidade de manifestar suas escolhas políticas por meio de um processo eleitoral, é hora da cidadania, das comunidades, das instituições, das empresas, enfim, de todos, forçarem a que os partidos e os políticos que se apresentam como candidatos revejam seu modo de operar e abandonem o jogo sujo do aliciamento eleitoral por meio do derrame de dinheiro “no Dia”. 

Alguns argumentarão, genericamente, que a solução dessa situação virá da Reforma Política. Ledo engano. Essa é uma tarefa da sociedade. Nada se resolve apenas por força de lei. Mais que uma decisão do Congresso Nacional (que, aliás, dá sinais cada vez mais claros que não está disposto a mudar nada, mesmo com todo esforço que o PT vem fazendo em Brasília), a reforma da política precisa ser uma decisão da cidadania, uma exigência das pessoas de bem. 

Trata-se de recuperar a capacidade da política de se fazer relevante para a sociedade, e do restabelecimento de meios de promoção da liberdade no jogo democrático. Num mundo em rápida transformação, com as novas tecnologias, a crise financeira, o desafio da sustentabilidade e a revolução dos costumes mudando profundamente o modo de vida das pessoas, mais do que nunca a política precisa ser grande, vigorosa, democrática e digna. 

Falando sobre Hanna Arendt, num texto que deve inspirar a todos, Kurt Sontheimer escreveu: “...jamais entregou-se ao pessimismo, muito menos ao cinismo, senão que sempre honrou a crença na liberdade e na espontaneidade do homem [...] Livre agir é agir em público, e público é o espaço original do político. Nele o homem deve mostrar-se em sua liberdade e espontaneidade, e se afirmar no trato político com outros. A adaptação oportunística, a fuga ao privado, a retirada da responsabilidade política, a cômoda apatia política; todos esses modos de conduta, tão correntes hoje em dia, são nocivos a uma verdadeira política civilizada.” (prefácio de “Política”, editora Bertrand Brasil, 1992)

Irailton Lima
Sociólogo, foi candidato a vereador pelo PT em 2012

terça-feira, 19 de março de 2013

O presente é de luta. Avante, Juventude do PT!



Por Jefferson Lima


Continuar avançando é preciso, muitos desafios estão por vir e uma das grandes prioridades apresentadas ao conjunto da JPT é a municipalização da nossa juventude e a articulação social. As eleições municipais trouxeram um novo cenário, e um conjunto de novos desafios.
“O trem da juventude é veloz
Quando foi olhar já passou
Os trilhos do destino cruzando entre nós
Pela vida, trazendo o novo.” (Paralamas do Sucesso)

O ano de 2013 chega e com ele muita luta para Juventude do PT, dando continuidade ao vitorioso primeiro ano de gestão.
A gestão iniciou com grandes desafios e tivemos o momento de grande importância e protagonismo na eleição do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), mostrando a força da militância da JPT e a nossa capilaridade nos movimentos sociais. O campo liderado pelo PT saiu vitorioso no processo de eleição do Conselho. Esse espaço é fundamental para avançar nas discussões e conquistas das políticas públicas para a juventude brasileira.
Um segundo momento, sob a égide do 2º Congresso da JPT e as premissas do Conselho Político, a direção nacional da JPT construiu dois momentos de formação políticas fundamentais. O primeiro foi à realização do Seminário Nacional da Juventude Negra 13(JN13), espaço importante de debate e de construção da agenda da juventude negra. Veja resolução política aprovada no seminário;
O outro processo foi um marco na história da nossa Juventude. Pela primeira vez foi realizado um seminário para debater a pauta ambiental e os desafios da sustentabilidade. Este subsidiou a participação na Rio+20 e na Cúpula dos Povos. Além de qualificar a intervenção da juventude do PT conquistamos um novo patamar no debate da agenda ambiental. Veja resolução politica do seminário ambiental;
O ano de 2012 também foi um ano eleitoral e a nossa prioridade foi mobilizar a juventude petista em todo o Brasil, fortalecer a militância para ampliar nossos espaços nos legislativos e executivos municipais. Estivemos em mais de sessenta municípios em todos os estados deste Brasil, mobilizando, debatendo, colocando a juventude na pauta das candidaturas majoritárias e fortalecendo nossos postulantes ao parlamento municipal. Apresentamos uma linha política de fortalecimento das PPJs nos municípios, avançando na necessidade real de emancipação dos jovens brasileiros. O resultado no final foi à eleição do maior número de jovens petistas em cargos eletivos da história do PT.
Continuar avançando é preciso, muitos desafios estão por vir e uma das grandes prioridades apresentadas ao conjunto da JPT é a municipalização da nossa juventude e a articulação social. As eleições municipais trouxeram um novo cenário, e um conjunto de novos desafios. A Juventude do PT cresceu no parlamento e no executivo municipal no país e é fundamental aprofundar o debate das PPJs nas gestões e legislativos municipais. Fortalecer o debate e construir ações concretas com perspectivas de melhorar a qualidade de vida da juventude brasileira. Essa oxigenação na política brasileira, liderada pelo PT, com certeza acarretará em mais benefícios e avanços para o nosso país.
Este é o ano do decênio do governo do PT, bem como de muita luta social e de fortalecimento interno da juventude. Realizamos no final do mês de fevereiro nossa reunião do Conselho Político, com uma vasta discussão em cima de temas como a relação da JPT com os movimentos sociais, o debate do balanço da década, reforma política, a integração latino americana, organização interna da JPT entre outros.
É prioridade o enfoque na formação que os jovens petistas vêm passando e que pretendemos intensificar a partir da parceria com a Escola Nacional de Formação do PT e a Fundação Perseu Abramo, ligado diretamente com a jornada de lutas, colocada para o primeiro semestre deste ano.
O conjunto da Juventude do PT vai construir com o partido, a campanha da reforma política, o debate necessário sobre a democratização da mídia, a luta contra o extermínio da juventude, contra a redução da maioridade penal, e por mais avanços na educação através dos 10% do PIB e 100% dos royalties.  A unidade dos diversos movimentos de juventude fará com que possamos ter mais conquistas e aprovar as reformas estruturantes e necessárias para o Brasil. O desafio é aumentar nossa mobilização social através das jornadas de lutas da juventude e avançar no processo de formação dos jovens petistas.
Outra pauta fundamental para nossa juventude será a implementação dos 20% de jovens em todas as direções do nosso partido no PED deste ano. Esse momento será novo na história do PT e na história da política brasileira. A reserva das vagas nas direções municipais, estaduais e nacional para filiados com até 29 anos, possibilitará uma intensa renovação entre os dirigentes partidários em todos os níveis, abrindo espaço para que as novas gerações de lideranças possam assumir responsabilidades reais no comando do PT. Os jovens petistas terão mais condições para contribuir com o PT forte, mobilizado e renovado.
Além destas importantes pautas e agendas, teremos com certeza mais momentos marcantes na política da Juventude do PT e brasileira este ano, através de momentos como o ENEPT (Encontro Nacional de Estudantes do PT), seminário de jovens mulheres, festival de arte, cultura e sustentabilidade, encontro das juventudes partidárias, do Foro de SP e colóquio dos movimentos sociais.
O saldo político destas agendas fará com que o conjunto da militância jovem do PT tenha uma ação mais protagonista nas eleições estaduais de 2014 e na reeleição da nossa presidenta Dilma.
A luta continua!
Jefferson Lima é secretário nacional de Juventude do PT

quinta-feira, 7 de março de 2013

Educação: Uma década de transformação social



O governo do PT, por entender a educação como fundamental para o desenvolvimento do nosso país, ampliou de forma significativa os investimentos na área, em dez anos, na ordem de 150%.


A chegada de um operário sem diploma universitário ao a presidência da república significava, para as elites e para as forças conservadoras deste país, uma tragédia, porque foi este sem-diploma que promoveu uma revolução educacional profunda.
A decisão soberana do povo nas urnas foi de encerrar o ciclo de corte de investimentos, de serviços públicos, do papel do Estado como promotor do bem-estar social e do planejamento do desenvolvimento e retomar o crescimento econômico.
E foi com este desafio que o governo do PT conduziu país na direção de um Brasil Para Todos. Um país em crescimento não poderia ter outra prioridade senão a educação em todos os níveis, não só porque isso exige força de trabalho qualificada, mas porque permitiria um novo padrão de vida e possibilidades para os cidadãos.
Assim, foi construída uma extraordinária plataforma de atuação que pudesse atender às nossas crianças, jovens e adultos que, nos últimos 10 anos, nos asseguraram um saldo extremamente positivo: Aumentar os anos de estudo na educação básica, superar metas de desenvolvimento da educação, dobrar o número de universitários, assegurar empregos e formalização e promover mobilidade social.
O governo do PT, por entender a educação como fundamental para o desenvolvimento do nosso país, ampliou de forma significativa os investimentos na área, em dez, na ordem de 150%. 
O FUNDEB multiplicou por 10 a complementação da União no investimento por aluno, além de incluir as matrículas da educaçãoinfantil, do ensino médio e da educação de jovens e adultos, desconsideradas pelo velho e neoliberal FUNDEF, restrito ao ensino fundamental regular e pretexto para o desinvestimento da União. Em 2001, o governo FHC destinou R$ 5,5 bilhões ao FNDE. Com o PT, esse montante subiu para cerca de 15,5 bilhões. Além do Fim da DRU da educação que, na prática, retirava recursos do MEC para compromissos com o sistema financeiro internacional, na média de R$ 10 bilhões ao ano. Reduzimos o analfabetismo de forma sistemática e mais de 50% dos jovens de 15 e 17 anos estão na relação Idade – serie correta.

A educação profissional tornou-se um grande suporte para o desenvolvimento. De 1909 a 2002, foram construídas apenas 140 escolas técnicas. Uma relação de beneficiamento mútuo entre mercado e juventude através do esforço público.
No governo FHC foi proibida a criação de novas escolas técnicas pela União, transferindo-se esta iniciativa a estados, municípios e ONGs. No Governo do PT foram criadas cerca de 214 novas escolas técnicas, além da Criação do PRONATEC que, em parceria com o Sistema “S” amplia a oportunidade de acesso ao emprego formal, o que não , só eleva as chances de “crescer na vida” pela renda, mas permite o acesso à FGTS, Previdência, CLT, crédito, moradia, enfim, bem-estar social.

Outra grande revolução educacional que o governo do PT promoveu foi o Programa Nacional de Inclusão de Jovens, que visa à qualificação profissional, ao desenvolvimento humano e à reintegração ao processo educacional de pessoas com idades entre 15 e 29 anos. O ProJovem oferta aos jovens, durante um ano, chance de aceleração de aprendizagem, inclusão digital e qualificação profissional básica. O aluno tem incentivo mensal de R$ 100,00 (recursos da União repassados por convênio) e desenvolve ações sociais em suas comunidades.

O Prouni possibilitou a milhares de brasileiros e brasileiras o acesso a Universidade. Mais de 1 milhão de bolsas de estudos concedidas de formas integral e parcial em universidades privadas, destinadas a jovens com renda per capita familiar de até três salários mínimos. O ProUni foi uma alternativa para o ingresso de mais estudantes nas Universidades, cuja oferta pública em si não permitiria naquela conjuntura. O novo Fies, com juros menores e sem fiador, só de 2011 para 2012 mais do que duplicou seus beneficiários. O Reuni, além de ter investido em infraestrutura universitária 18 bilhões, reverteu a lógica privatista da educação superior implementada na gestão FHC, que priorizava a instalação de faculdades particulares. Quer dizer: de um lado, acelerou o ingresso na universidade facilitando o acesso dos mais pobres, mas sem desconsiderar a necessária cobertura da rede pública e gratuita. O Brasil tinha 43 universidades federais em 2001. No Governo Lula, foram criadas 14 novas universidades públicas, estando prevista mais uma, atingindo a marca de 15 novas universidades. Já estão em funcionamento 117 novos campi, e a meta é chegar a 134. Todas no interior do País. FHC criou apenas uma universidade, em Tocantins.
Para garantir a melhoria na vida escolar dos estudantes, foram implementados os mais diversos programas complementares: livro didático, alimentação e transporte, entre outros.
Para além disso, medidas fundamentais foram instituídas como a ressignificação do conceito de “educação básica”, obrigatória, agora abarcando ensino fundamental e médio, que, com a proposta de dispor 50% dos rendimentos do Fundo Social do Pré-Sal e 100% dos Royalties, do petróleo para a educação, passará por uma revolução física, pelo menos. A inclusão de famílias com jovens matriculados no ensino médio no Bolsa-Família permitirá o retardamento do ingresso precoce no mundo do trabalho. A proliferação de creches através do PAC, protege crianças e permite a autonomia pessoal e profissional das mães. Tudo, na perspectiva de ser ainda mais robustecido na medida em que o PNE implementará, gradualmente, o investimento de 10% do PIB, como piso, na educação.
Como narrativa deste balanço, sem dúvida, podemos afirmar que o poder público financiou a democratização do acesso ao ensino superior, expandiu os serviços educacionais estatais visando sua universalização e alocou investimentos associados à metas para não apenas fazer um país desenvolvido através da educação, mas uma potência do bem-estar social, da qualidade de vida referenciada no exercício de direitos sociais pela via da oferta pública.
E este é o sentido que precisamos disputar para a próxima década, já que, segundo a presidenta Dilma, erradicar a miséria é apenas o começo.
A direção nacional da Juventude do PT na ultima reunião de executiva convocou o II Encontro dos estudantes petistas. Nossa tarefa, nos dias de hoje, é reconhecer este legado, fazendo um balanço desta década apontando para onde devemos avançar na política estruturante da educação e somos peças fundamentais desta construção. São milhões de jovens atingidos por programas pensando com um olhar justo e igualitário mirado no futuro socialista, que temos que estamos construindo aqui e agora através da revolução democrática em curso.

“Se vocês não me falarem se esta boa ou ruim, se certo ou erradonão saberei se estou no caminho certo, nosso governo e para o povo e portanto eu quero ouvir o povo, um Brasil Para Todos”
Luis Inácio Lula da Silva
Ex Presidente


Anne Karolyne – Coordenadora Nacional Mobilização da JPT 
Aby Custodio - Coordenador do Coletivo Para Todos

terça-feira, 5 de março de 2013

Estamos às vésperas do 8 de março, dia Internacional de Luta das Mulheres.

Nesse momento de banalização e mercantilização da sexualidade, de incremento da violência, de falsas soluções para a crise sistêmica como o capitalismo verde que mercantiliza a natureza, temos que fazer ecoar com mais força as nossas bandeiras.

Não basta dizer não à violência sexista, mas denunciar como ela é parte de um modelo estruturante da sociedade que nos mantém a margem da riqueza, na base da pirâmide social, servas do trabalho doméstico e de cuidados. Lutar por autonomia econômica é mais atual que nunca.


É imprescindível também denunciar como a prostituição é parte deste mesmo modelo que controla a nossa sexualidade a serviço do prazer masculino. A posição da Marcha Mundial das Mulheres é mais além do que tem sido debatido em torno do projeto do Dep. Federal Jean Wyllys, que mais do que propor direitos para as protitutas, o que está no centro da proposta é a legalização dos cafetões/tinas.

Tal projeto, que tem sido aplaudido por setores legalistas e neoliberais, serivirá apenas para legitimar processos já em curso de especulaçlão imobiliaria, higeinização e para ampliar o mercado do turismo sexual e da pornografia, ansiosos por sair da clandestinidade para auferir maiores lucros aproveitando a euforia da copa e de grandes eventos.

Denunciamos a prostituição como à forma mais cruel e antiga de exploração, que existe para manter um sistema patriarcal, racista e heterossexual. Somos incondicionalmente solidárias as mulheres prostitutas!

Afirmamos o direito à autonomia sobre nosso corpo e sexualidade e negamos a imposição da maternidade, por isso lutamos pela legalização do aborto e reafirmamos nossa visão de que a sexualidade é construída socialmente e que somos sujeitos ativos na luta e defesa do seu livre exercício sem coerção, estereótipos e relações de poder.

Reafirmamos nossa solidariedade à luta de todas e todos por terra e nosso total apoio à resistência das mulheres de APODI/ RN como uma luta concreta, mas que carrega o simbolismo de lutas por paz, terra e território no Brasil e no mundo.

Demonstraremos, no dia 8 de março de 2013, à nossa maneira: crítica, ousada e irreverente, que o mundo nós queremos será livre de capitalismo, machismo, racismo e lesbofobia! Assim é o nosso feminismo construído todos os dias do ano!

Neste 8 de março, a Marcha Mundial das Mulheres reafirma: o mundo não é uma mercadoria, as mulheres também Não!"

Marcha Mundial Das Mulheres
Via Camila Furchi

sexta-feira, 1 de março de 2013

Reforma política só com pressão popular

Pelo menos nos discursos de alguns partidos políticos, lideranças e organizações da sociedade, o tema da reforma política tem retornado ao debate público. Aliás, é preciso dizer que nunca foi por uma questão de retórica que a “mãe das reformas” não saiu do papel. O que sempre faltou, na verdade, foi mobilização de amplas forças políticas e sociais em torno de sua reivindicação.

A reforma política é chave para um conjunto de transformações mais profundas no País. Mais do que enfrentar a corrupção e a privatização da política, tal iniciativa deve estar a serviço do alargamento da democracia e da participação popular, que são indispensáveis para a realização de um conjunto de outras reformas estruturais como a democratização das comunicações, a reforma agrária, urbana, tributária e do sistema financeiro.

Nesse sentido, é fundamental que a reivindicação de uma reforma política com participação popular aponte alguns eixos prioritários como o financiamento público exclusivo nas campanhas eleitorais; a ampliação dos referendos, plebiscitos e consultas diretas à população; o fortalecimento dos partidos com fidelidade partidária, o voto em lista pré-ordenada e o fim das coligações proporcionais; a ampliação da participação da juventude, das mulheres e da população negra nos espaços políticos; o fim da propriedade dos meios de comunicação por políticos e medidas de democratização e transparência do Poder Judiciário que inibam a “judicialização da política”.

É fato que setores expressivos da população como os jovens, as mulheres, os negros e os que vivem em condição de pobreza, entre outros, estão subrepresentados nos espaços de poder. Apesar disso e mesmo considerando os poderosos interesses que resistem às mudanças, é preciso reconhecer que a reforma política ainda não dispõe de um grande apelo junto aos setores populares.

Exemplos de tal comportamento são percebidos na reação de muitos à alguns pontos centrais da reforma política, como o financiamento público de campanha e o voto em lista partidária. Enquanto o primeiro é visto por vezes como “dar mais dinheiro do povo aos políticos”, o voto partidário não raro é confundido com “retirar o meu direito de votar em quem eu quiser”.

Constatar tais limites é fundamental para que partidos políticos e movimentos sociais assumam uma nova postura, mais pedagógica e combativa, em relação a este debate. De nada valem floreadas resoluções de encontros e congressos sem formação política, educação popular e trabalho de base que disputem e debatam as idéias transformadoras de uma reforma política no cotidiano dos trabalhadores.

Tampouco adiantará se tal constatação não for acompanhada de luta social e gente na rua. A atualização de um programa de reformas de base no Brasil pressupõe uma nova governabilidade, uma governabilidade social que reconheça a importância da institucionalidade no atual estágio da luta de classes no País, mas tenha na retomada das mobilizações e na reorganização de uma ampla frente democrática e popular o seu campo privilegiado de alianças e de ação política.

A profusão de propostas como a de uma nova constituinte, uma conferência nacional ou um plebiscito sobre a reforma política guardam em comum o reconhecimento de que uma reforma estrutural como esta não será realizada nos marcos das atuais casas legislativas ou poderes constituídos, ou seja, pelos que majoritariamente sempre foram beneficiados pelo atual sistema político.

Para tanto, a reforma política deve também contribuir para resgatar o sentido da participação das pessoas na vida pública e comunitária. Disputando com o individualismo, o consumismo e o conservadorismo disseminados pela sociedade do capital, a reforma do sistema político deve estar acompanhada da idéia de que é preciso mudar a política para mudar a vida e construir um mundo novo.
Bruno Elias - Coordenador de Movimentos de Sociais da JPT