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sábado, 12 de maio de 2012

Resistência palestina




Os mais novos heróis da causa palestina não são homens jovens corpulentos atirando pedras ou empunhando armas automáticas. Eles são adultos magros, com os pulsos acorrentados, passando fome dentro das prisões israelenses.

A cada dia desde 17 de abril, um grande número de prisioneiros palestinos tem se juntado a uma greve de fome que as autoridades dizem agora contar com mais de 1.500 participantes.

Dois prisioneiros em greve de fome há mais tempo, apareceram em cadeiras de rodas perante a Suprema Corte de Israel, implorando por sua soltura do que é conhecida em Israel como detenção administrativa - prisão sem acusações formais. “Eu sou um homem que ama a vida e quero viver com dignidade”, depôs, Thaer Halahleh, 33 anos, segundo um grupo de defesa que contava com um apoiador no tribunal. “Nenhum ser humano pode aceitar permanecer na prisão, nem mesmo por uma hora, sem uma acusação ou motivo.”
Os prisioneiros exercem um papel emocional e político crucial na cultura palestina. Virtualmente toda família já foi tocada pelo encarceramento, dizem os especialistas, e há um senso visceral de fidelidade às pessoas vistas como sofrendo pelos direitos da comunidade maior. Os prisioneiros são altamente organizados e influentes até mesmo do lado de fora.
“Há uma verdadeira transformação na forma como os prisioneiros estão atuando - desta vez, as pessoas estão dispostas a morrer”, disse Hanan Ashrawi, membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina, em uma recente entrevista. “Veja, os palestinos podem estar quietos por ora, mas eles podem explodir. Há uma crescente percepção de que uma resistência não violenta obtém resultados.”

Greve de fome por prisioneiros palestinos não é uma tática nova. Segundo o Projeto de Solidariedade Palestina, a tática foi usada pela primeira vez na prisão de Nablus, em 1968, e foi repetida pelo menos 15 vezes desde então, com três homens morrendo ao longo dos anos. Qadura Fares, o chefe do Clube dos Prisioneiros Palestinos, disse que em 2004 virtualmente todos os palestinos mantidos em prisões israelenses participaram de uma greve de duas semanas, e que o maior número já registrado foi 11 mil prisioneiros em 1992.

“Esta é a última arma”, disse Aziz sobre a greve. “Se algum prisioneiro perder a vida, nem Israel e nem a Autoridade Palestina conseguirão deter o povo palestino.”

Retirada do Site – Instituto Humanitas Unisinos
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/509177-resistencia-palestina-se-volta-para-greves-de-fome 



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