“A primeira igualdade é a justiça”
Victor Hugo
Quando o assunto é igualdade racial a sensação é de censura,
uma pauta de discussão que não podemos exercitar. Parece até que somos
proibidos de falarmos da sensação que não somos todos ‘’iguais’’. Trata-se de uma
irreal sensação de igualdade que cenicamente outros tantos querem evidenciar.
Porém, as distorções e desproporções que existem no Brasil são
notórias, principalmente quando o assunto é a oportunidades de ingresso no
ensino superior. Em um universo de 190 milhões de brasileiros, 58,3% se afirmam
negros ou pardos, porém quando olhamos para as universidades apenas 2% dos
alunos matriculados se afirmam negros.
Dados tão alarmantes são consequências de uma história escrita
por senhores de engenho, sempre tão ingratos com essa nação de pele negra que
chamam de brasileiros, mas para os quais o Brasil sempre virou as costas.
Este povo que representa a “cara” do Brasil, uma expressão
fortíssima ao nosso país, são os mesmos que foram roubados de uma realidade existencial,
cultural e religiosa para serem lançados á própria sorte, ao bel prazer da “liberdade”.
Livres? Não, libertos! Simplesmente soltos,
como se fossem animais que estavam em jaulas e agora lhes é ofertada uma suposta
“liberdade”. Uma “liberdade” sem condições, disputando a sobrevivência com
aqueles para os quais toda a lógica possível da sociedade funcionou ao longo
dos anos.
Temos assim, ainda hoje, os netos de colonizadores
que estudam nas melhores escolas da Europa, da América ou do Brasil (tanto faz
agora é tudo globalizado), competindo contra os netos “libertos da senzala” que
se perguntam diariamente: Como posso competir assim? Estamos mesmo em condições
de igualdade? Eu sou mesmo livre?
As cotas não reduzem as diferenças sociais e econômicas entre
negros e brancos, mas possibilitam que tal parcela da população alcance uma
universidade, fato que há alguns anos (e mesmo hoje em dia) era sequer cogitado
por uma grande parcela da população afrodescendente.
Sou negro, de nome
Abimael Lima Santos, 22 anos e 04 meses de vida completos, socialista, acadêmico
de direito, acreano natural de Cruzeiro do Sul, coordenador nacional do Fórum
de Juventude Negra
coordenador da Rede Amazônia Negra/Acre, Coordenador da CONEN/ACRE, militante do Movimento Negro e do Partido dos Trabalhadores.
coordenador da Rede Amazônia Negra/Acre, Coordenador da CONEN/ACRE, militante do Movimento Negro e do Partido dos Trabalhadores.
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