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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O ENEM e a UFAC, um casamento problemático

Com a adoção do ENEM como método para seleção na UFAC, observou-se como ainda estamos despreparados para “competir” com estudantes de outros estados por vagas no ensino superior, a facilidade de se inscrever e participar do processo seletivo em qualquer parte do Brasil explicitou as disparidades que ainda persistem no ensino médio, na relação Acre - Brasil; 
  
Porém o problema não pode ser facultado ao ENEM que revolucionariamente vem mudando as concepções de aprendizado no Brasil; o balizando nacionalmente e forçando as instituições a adequarem seu ensino; transformando o mero conhecimento instrumental ensinado rotineiramente nessas instituições, sem aplicabilidade no dia á dia, em uma educação holística onde as disciplinas se interligam entre si e entre a realidade de cada estudante;

Mas ficam as questões: Como manter esse processo de transformação que o ENEM possibilita, sem com isso apagar as particularidades que cada região ou estado possui? Como possibilitar uma maior inserção de alunos desses estados, regiões nas universidades locais e valorizando o conhecimento e as estratégias educacionais locais?

Diversas estratégias hoje já são utilizadas por universidades que tentam responder essas perguntas; A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por exemplo, destina 5% das vagas para o exame, a de Viçosa (UFV) reserva 80% para o Enem e 20% para o seu processo de avaliação seriada. Outro formato adotado é a substituição da primeira fase do vestibular pela prova do Enem, como faz a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A Universidade de Brasília (UnB) utiliza o Enem apenas para preencher vagas remanescentes do seu vestibular tradicional. Em outras universidades, uma das possibilidades oferecidas ao candidato é utilizar o resultado do Enem para melhorar a nota do vestibular como na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde o participante faz a primeira fase e a nota do Enem pode compor 20% do resultado final.

Inúmeras são as possibilidades, e aprofundando-se o debate, outras com certeza surgirão. O que não podemos, é manter a estratégia de inserção utilizada hoje, que trata de forma igual às desigualdades que existem no ensino.       

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