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terça-feira, 6 de agosto de 2013

A REVOLUÇÃO DE 06 DE AGOSTO

                         
O administrador de uma pequena vila boliviana instalada em Xapuri ainda dormia quando Plácido de Castro entrou no prédio da intendência do local na madrugada do dia 6 de agosto de 1902, data em que a Bolívia e seus moradores comemorariam com festa o dia da independência do país. Na vila não seria diferente.

Sonolento, ao ouvir barulhos e se deparar com um homem na sua frente, o intendente afirma: “É cedo para a festa”, ao que Plácido responde: “Não é festa, mas revolução”. Sem nenhum tiro dado e nenhuma vida perdida, os seringueiros tomaram Xapuri dos bolivianos e novamente foi proclamado o Estado Independente do Acre - a exemplo do que fizera Luiz Galvez três anos antes.

As informações sobre o grande feito de Plácido correu floresta adentro, chegando a outros seringais e instalações bolivianas. Finalmente os seringueiros passaram a confiar no recém-chegado comandante de guerra. O episódio ficou marcado como a luta símbolo do processo de anexação do Acre ao Brasil. Assim, adotou-se o 6 de agosto como a data oficial da chamada Revolução Acreana.

Mas a data é mais simbólica do que efetiva. As lutas para tornar o Acre território brasileiro começou antes, com José de Carvalho, Luiz Galvez e com a expedição dos poetas. A fase de Plácido é apenas um dos quatro movimentos da revolução e marca o início da última etapa.

O fato é que a luta para barrar a tentativa de domínio boliviano por estas terras começou em maio de 1899 com o cearense José de Carvalho e finalizou apenas em janeiro de 1903, com Plácido, após a tomada de Puerto Alonso – antiga denominação para o atual município de Porto Acre.

Plácido era apenas mais um entre tantos heróis. Junto a ele, centenas de trabalhadores, em maior parcela nordestinos, pegaram em armas e lutaram e construíram a revolução.

Adaptado de pagina20.uol.com.br

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