Os malefícios causados pelo uso de automóveis são inúmeros e evidentes:
poluição atmosférica e sonora, doenças respiratórias, sedentarismo,
irritabilidade, perda de tempo em congestionamentos, acidentes e
comprometimento de grande parte da renda das pessoas.Além disso, as viagens de carro degradam a relação dos indivíduos
com o espaço público, transformando a rua em um indesejável obstáculo a
ser superado no deslocamento de um ponto a outro. Elas também significam
um uso desproporcional das ruas, já que a imensa maioria dos carros
leva apenas uma pessoa - o que é ainda mais grave em áreas densamente
povoadas.
Por esse e outros problemas que iniciou-se no planeta o Dia Mundial Sem Carro um movimento que começou em algumas cidades da Europa nos últimos
anos do século 20, e desde então vem se espalhando pelo mundo, ganhando a
cada edição mais adesões nos cinco continentes. Trata-se de um manifesto/reflexão
sobre os gigantescos problemas causados pelo uso intenso de automóveis
como forma de deslocamento, sobretudo nos grandes centros urbanos, e um
convite ao uso de meios de transporte sustentáveis - entre os quais se
destaca a bicicleta.
A bicicleta é um excelente meio de transporte, sobretudo para pequenas distâncias. Leva seu condutor de porta a porta, permite
a prática de uma atividade física simultânea ao deslocamento, tem custo
baixíssimo e é minimamente afetada por engarrafamentos. Mesmo
numa cidade de relevo acidentado, a atual tecnologia
de marchas permite a circulação por ruas inclinadas com relativa
facilidade. Muitas pessoas têm percebido isso, e o número de ciclistas na cidade tem aumentado visivelmente.
Porém, a nossa infra-estrutura para o uso da bicicleta como meio de
transporte é precária. Há pouquíssimos bicicletários e paraciclos,
poucas empresas dispõem de vestiários para incentivar seus funcionários a
ir de bicicleta para o trabalho, as ciclovias são quase inexistentes e
as que existem são pouco estratégicas.